Sim, e já quero – muito – viajar de novo!
Arquivo mensal: junho 2016
Revelação
Pelo Bloomsday
Hoje, em homenagem às perambulações do romance joyceano, também tracei o meu percurso particular. Desde que voltei a Fortaleza, não tinha mais feito dessas caminhadas de improviso; apenas aquelas com rumo fixo, geralmente o mar. Pois o entardecer deste 16/06 me viu andando pelo centro, com uma câmera, um caderno de anotações e a chave de casa – apenas. Estava certo, Leopold: um dia equivale a uma vida, se contarmos o percurso dos pensamentos, além daquele dos pés.
Exercite a nudez
E acabo de encontrar, neste trecho do poema “Formas do nu”, do João Cabral, uma grande ressonância com minha A nudez como retórica (que você lê duas postagens abaixo):
O homem é o animal
mais vestido e calçado.
Primeiro, a pano e feltro
se isola do ar abraço.
Depois, a pedra e cal,
de paredes trajado,
se defende do abismo
horizontal do espaço.
Para evitar a terra,
calça nos pés sapatos,
nos sapatos, tapetes,
e nos tapetes, soalhos.
Calça as ruas: e como
não pode todo o mato,
para andar nele estende
passadeiras de asfalto.
Você precisa fazer login para comentar.