Em 2012, um amigo médico contou do espanto que sentiu quando, lendo a lista dos pacientes agendados para aquele dia no consultório, achou o meu nome mas, no horário previsto, viu uma garotinha entrar pela porta.
Esse episódio me indicou que eu tinha uma homônima, nascida também em Fortaleza.
O tempo foi passando, e de vez em quando alguém me dizia que, por eu não estar no Facebook, tinha se confundido, enviado um pedido de amizade virtual para a outra Tércia Montenegro.
Até ontem, porém, não tínhamos estado frente a frente – e tudo aconteceu na Bienal do Livro: melhor contexto, impossível! A amiga Cleudene deparou com minha xará-quase-perfeita (apenas os sobrenomes paternos nos diferenciam) e, ultrapassando qualquer pretexto de timidez, fez as apresentações. “Tércia Montenegro, esta é a Tércia Montenegro”. O jogo de espelhos onomástico arrancou risadas, exigiu foto de registro e – embora saibamos não ter parentesco ou qualquer história juntas – criou um elo entre nós. Porque o nome é parte de uma experiência única, eu olhei para aquela jovem como quem descobre uma pessoa iniciada no mesmo tipo de mistério. Que momento singular!
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